01 maio, 2010

Divertículos Esofágicos


Herniação de uma ou mais camadas da parede esofágica.Os divertículos esofágicos são classificados quanto à sua localização em:
-divertículos faringo-esofágicos ou de Zenker quando ocorrer perto do esfíncter esofágico superior
-divertículos parabronquiais quando ocorrem ao lado da bifurcação traqueal.
-divertículos supradiafrgmáticos quando ocorrem no esófago distal

Refluxo gastroesofágico


Condição patológica caracterizada pela entrada do ácido gástrico no esófago distal, muitas vezes associado à perda do tónus muscular do esfincter esofágico inferior (EEI). Os pacientes afectados queixam-se de dor em queimação perto do coração que alivia com o uso de anti-ácidos. As complicações a longo prazo do refluxo gastro-esofágico incluem esófago de Barrett, estenose  e formação de úlceras.

Acalasia



Disfunção motora caracterizada pela falta de peristaltismo esofágico devido à dilatação progressiva do esófago distal. Esta dilatação está  quase sempre associado à perda de gânglios do plexo mioentérico, no entanto a etiologia subjacente mantém-se pouco clara. Os pacientes afectados  sofrem de um aumento de pressão sobre o esfíncter esofágico inferior e queixam-se de disfagia (dificuldade em engolir) e regurgitação de comida (parcialmente digerida ou não digerida).
O diagnóstico é estabelecido por endoscopia digestiva alta ou visualização do "bico de pássaro"(afunilamento da porção teminal do esófago)  no Rx baritado (imagem).

 Imagem retirada do site www. radiopaedia.org

20 março, 2010

O pé diabético e a amputação

"No futuro ao nosso alcance, pouco haverá de tão singelo e grandioso com remover ao pé diabético a catástrofe da amputação, que lhe faz perder uma perna, depois a outra e o remete à incapacidade que acelera a morte. Impossível na totalidade dos casos? Sim, talvez hoje ainda, mas bastaria um decénio de dedicação para reduzir a menos de metade o número dessas catástrofes nos nossos cidadãos. E como? Apoiando a generosidade e o interesse dos profissionais de saúde na vigilância e na profilaxia de potenciais complicações a que estão sujeitos os pés na diabetes."

Luís Serra in "Pé diabético, Manual para a prevenção da catástrofe"

A diabetes e o pé diabético



A diabetes é a doença endócrina de maior prevalência em Portugal e nos países desenvolvidos em geral. A diabetes de tipo II é uma doença consequente do do excesso de ingestão calórica, da obesidade e de países com populações envelhecidas. No nosso país quase 12% da população geral sofre de diabetes, com um maior número de doentes do sexo feminino do que do masculino.

Esta é uma doença de expressão sistémica e que envolve progressivas alterações degenerativas vasculares que atingem todo o osistema arterial e, por consequência, pode atingir todos os órgãos do corpo humano.

As complicações vasculares mais graves da diabetes podem dividir-se em macrovasculares (AVC, enfarte do miocárdio, oclusão das artérias retinianas) e em microvasculares (  lesão de capilares glomerulares do rim ou pequenos vasos dos membros inferiores). As lesões microvasculares de origem diabética do rim são a causa mais frequente de diálise renal. A diabetes é também a principal causa de amputações terapêuticas do pé e do membro inferior em geral.

A NLD corresponde a uma complicação frequente mas não grave da diabetes. A maior parte dos doentes diabéticos apresenta episodicamente estas manchas cutâneas que ou desaparecem espontaneamente ou após tratamento tópico com corticóides.Pensa-se que o NLD é resultado de vasculite ou fenómeo autoimune associado à diabetes. No entanto, é de sublinhar que a NLD também pode ocorrer em doentes não diabéticos e em doentes pré-diabéticos, não sendo portanto um sinal patognomónico de diabetes. O único cuidado a ter perante esta dermopatia é o de evitar  traumatismos que possam resultar em erosão local da pele que, no caso de um doente diabético, podem complicar-se com infecção local e formação de úlceras que, no caso dos diabéticos, são de mais difícil cicatrização do que nos indivíduos não diabéticos.

O chamado pé diabético é uma complicação major da diabetes avançada. Pode ser causada por  dois factores: isquemia (causa vascular) ou por perda da enervação periférica (causa neuropática). No pé diabético de causa isquémica, o doente pode apresentar uma gangrena que se inicia num dos dedos do pé e que, se não for contida, levará a amputações terapêuticas sucessivas cada vez mais proximais do membros inferior.

No pé diabético de causa neuropática, o doente sofre as consequências da perda de sensibilidade do pé que o levará a fazer, por exemplo, feridas ou queimaduras graves por ter deixado de sentir dor. Todas as feridas no diabético são de difícil cicatrização e devem ser evitadas ao máximo, educando o doente a proteger-se da sua perda de sensibilidade à dor.

A diabetes avançada também causa rigidez articular que se manifesta nas mãos por incapacidade de o doente unir as mãos uma à outra, palma com palma.


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Sociedade Portuguesa de Diabetologia