A diabetes é a doença endócrina de maior prevalência em Portugal e nos países desenvolvidos em geral. A diabetes de tipo II é uma doença consequente do do excesso de ingestão calórica, da obesidade e de países com populações envelhecidas. No nosso país quase 12% da população geral sofre de diabetes, com um maior número de doentes do sexo feminino do que do masculino.
Esta é uma doença de expressão sistémica e que envolve progressivas alterações degenerativas vasculares que atingem todo o osistema arterial e, por consequência, pode atingir todos os órgãos do corpo humano.
As complicações vasculares mais graves da diabetes podem dividir-se em macrovasculares (AVC, enfarte do miocárdio, oclusão das artérias retinianas) e em microvasculares ( lesão de capilares glomerulares do rim ou pequenos vasos dos membros inferiores). As lesões microvasculares de origem diabética do rim são a causa mais frequente de diálise renal. A diabetes é também a principal causa de amputações terapêuticas do pé e do membro inferior em geral.
A NLD corresponde a uma complicação frequente mas não grave da diabetes. A maior parte dos doentes diabéticos apresenta episodicamente estas manchas cutâneas que ou desaparecem espontaneamente ou após tratamento tópico com corticóides.Pensa-se que o NLD é resultado de vasculite ou fenómeo autoimune associado à diabetes. No entanto, é de sublinhar que a NLD também pode ocorrer em doentes não diabéticos e em doentes pré-diabéticos, não sendo portanto um sinal
patognomónico de diabetes. O único cuidado a ter perante esta dermopatia é o de evitar traumatismos que possam resultar em erosão local da pele que, no caso de um doente diabético, podem complicar-se com infecção local e formação de úlceras que, no caso dos diabéticos, são de mais difícil cicatrização do que nos indivíduos não diabéticos.
O chamado pé diabético é uma complicação major da diabetes avançada. Pode ser causada por dois factores: isquemia (causa vascular) ou por perda da enervação periférica (causa neuropática). No pé diabético de causa isquémica, o doente pode apresentar uma gangrena que se inicia num dos dedos do pé e que, se não for contida, levará a amputações terapêuticas sucessivas cada vez mais proximais do membros inferior.
No pé diabético de causa neuropática, o doente sofre as consequências da perda de sensibilidade do pé que o levará a fazer, por exemplo, feridas ou queimaduras graves por ter deixado de sentir dor. Todas as feridas no diabético são de difícil cicatrização e devem ser evitadas ao máximo, educando o doente a proteger-se da sua perda de sensibilidade à dor.
A diabetes avançada também causa rigidez articular que se manifesta nas mãos por incapacidade de o doente unir as mãos uma à outra, palma com palma.
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Sociedade Portuguesa de Diabetologia