03 agosto, 2009

Moisés e os corninhos







O termo queratina provém do Grego, keras= chifre, do Hebraico, kern=chifre e, também, raio de luz, + ina=sufixo usado para proteínas – com efeito, o revestimento dos chifres é de queratina. Esta partilha de significado foi magistralmente utilizada por Michelangelo Buonarroti (1475-1564) na feitura da sua obra-prima, de 1515, Moisés Sentado, a qual se pode admirar no túmulo do Papa Júlio II (1443-1513, Papa desde 1503), na Igreja de S. Pietro in Vicoli (Roma). O facto de a estátua de Moisés possuir “cornos” sempre impressionou muito os turistas e, infelizmente, é raro um guia possuir cultura suficiente para explicar. Segundo as Sagradas Escrituras, quando Moisés desceu do Monte Sinai, com o Decálogo, vinha iluminado com dois raios de luz na cabeça. Esses raios podem ser facilmente representados, quer nas pinturas, quer em vitrais; mas muito dificilmente nas esculturas. Todavia, Michelangelo era um homem de vasta cultura e contornou facilmente a questão.

1 comentário:

  1. Interessante, bem me parecia que já tinha visto um Moisés com "orelhas". Sim, a mim pareceram-me umas orelhinhas como as que têm os diabretes, e pensei que o autor (que na alturta não estava referido) quisesse dar uma conotação maléfica ao homem representado (também não sabia que era o Moisés). Quantas pessoas em Roma realmente saberão o que são os "cornos"? Será que se questionam porque este se encontra num túmulo papal?

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