
Há quem defenda que as células hepáticas produem substâncias que inibem a mitose de outras células hepáticas - as calonas. Quando parte do fígado é removido, perante a redução do número de efectivos em células hepáticas, o teor das calonas diminui pelo que haverá incremento do número de mitoses tentando regenerar o fígado. O processo é autolimiatitivo, já que consoante o nível das calonas vai aumentando, novamente a inibição mitótica vai ficando mais forte. Há uma relação inversa entre a rapidez de regeneração e o peso corporal. Tem havido exemplos de sobrevivência perante hepatectomia subtotal. Esta capacidade já é conhecida há muitas décadas. Higgins & Anderson (1931) verificaram que após a ablação de 75% da massa hepática num rato, decorre um período de 1 mês em que, por actividade mitótica da porção remanescente, se efectua uma regeneração completa.
Segundo a mitologia grega, Prometeu, um dos Titãs, contraiu inimizade de Zeus ao roubar o Fogo divino e ao oferecê-lo ao Homem, conferindo-lhe assim a inteligência dos imortais. Para punir esta ofensa, Zeus solicitou a Hefesto que agrilhoasse Prometeu a uma rocha do Cáucaso, onde o seu fígado era devorado durante o dia por uma águia; todavia, dado que o fígado se regenerava durante a noite, a tortura era eterna. O castigo prolongou-se durante 30 anos até ao dia em que Héracles libertou Prometeu.
imagem:Prometheus Bounds de Rubens (1577-1640)(óleo sobre tela, 243 x 210 cm) Museum of Art, Philadelphia
Retirado dos apontamentos de Histologia e Embriologia Humana da autoria do Prof. Dr. Rogério Monteiro
Sem comentários:
Enviar um comentário