14 setembro, 2009

Luto

O luto infantil pode ser, apesar de em muitos aspectos idêntico ao de um adukto, bastante específico. Ele é frequentemente considerado como um factor de vulnerabilidade para distúrbios psicológicos futuros (Bromberg, 1996).
Apesar de a consciência da morte começar a surgir desde cedo, ela nem sempre é fácil de detectar. Expressa-se com o recurso à linguagem própria da criança, que inclui de forma marcada aspectos lúdicos e gráficos, ou mesmo sintomáticos.
O jogo, por exemplo, é utilizado não apenas com valor de comunicação, descarga e dramatização de fantasias inconscientes relacionadas à sua ansiedade, mas ainda como uma tentativa de elaborar a ansiedade, de dominar de forma mágica (Grinberg,1963).
Bowlby faz referência às variaáveis que influenciam o processo de luto da criança e do adolescente. Mesmo que possamos identificar nessas variáveis a forma como qualquer adulto vivencia os seus prórpios estados de luto, convém ter presente o facto de no universo infantil existir uma maior sensibilidade às condições que precedem, cercam e seguem uma perda significativa (Bromberg, 1996).
Essas variáveis são (Bowlby, 1981):
-causas e circunstâncias da perda
-padrão das relações familiares após a perda
-padrões de relacionamentos anteriores à perda
Ainda segundo Bowlby (1981), pode-se identificar alguns traços de lutos patológicos em crianças com:
-ansiedade persistente (com medo de outras perdas ou medo de morrer)
-esperança de se reunir com o morto (expressa pelo desejo de morrer ou por comportamentos de risco)
-culpa persistente
-hiperactividade (com passagens ao acto agressivas e destrutivas)
-cuidados zelosos e compulsivos por outras pessoas
-sintomas de identificação ( queixas de saúde semelhantes às do morto).

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