O medo de morrer é universal, e todos os medos que temos se relacionam, de alguma forma, com ele. A morte é considerada sob duas concepções (Kastenbaum, 1983):
1. A morte do outro; que se relaciona com o medo do abandono e envolve a consciência da ausência e da separação.
2. A própria morte que se relaciona com a consciência da própria finitude, fantasias sobre o fim e sobre quando ocorrerá.
Os temores da criança sobre a morte são geralmente expressos como fima de vida, perda de movimento, sensação física ou moral desagradável, perda do brilho e do vigor, ser esquecido.
A representação de um tempo futuro é exclusiva do Homem e assenta em bases anatomo-fisiológicas e psicológicas. Estas últimas, por sua vez, apoiam-se no desenvolvimento da função simbólica - ou seja, na capacidade de representação por símbolos; e no desenvolvimento da actividade reflexiva - a capacidaade de pensar sobre as experiências vividas (Coimbra de Matos, 1997). Essa função simbólica - a níveis profundos - representará sempre, em última análise, os fenómenos de nascimento, vida e morte (Segal, 1991).
Quanto muito, poderemos considerar que a criança pequena terá um conhecimento instintivo (biológico) da morte - similar ao dos animais que evitam naturalmente o perigo, "conhecendo-a" como uma morte-agressão, morte-perigo ou morte-inimiga (Morin, 1970). Aliás, a imobilização reflexa face ao perigo passa transversalmente por várias espécies. Este 'afastar da morte' pela imitação da mesma pode considerar-se um "refinamento de auto-defesa", sendo que traduz uma reacção 'inteligente' à morte (Morin, 1970).
15 setembro, 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário